Lançamento do Sputnik, o 1.º satélite artificial

Faltavam dois minutos para as sete e meia da tarde (hora de Lisboa) do dia 4 de outubro de 1957, quando foi lançado, do cosmódromo de Baikonur, no Cazaquistão, o foguete que transportava o primeiro satélite artificial da História. Chamava-se Sputnik - que significa simplesmente “satélite” em russo - e entrou em órbita após atingir a altitude de 223 km.

Era um pequeno objeto, com cerca de 60 cm de diâmetro e pouco mais de 80 kg de peso. O Sputnik estava apenas equipado com um emissor de rádio, cujas 4 antenas emitiam um simples sinal de bip-bip que podia ser captado por qualquer radioamador em todo o mundo.

As emissões duraram 21 dias e o aparelho foi consumido ao reentrar na atmosfera terrestre, a 4 de janeiro do ano seguinte, depois de completar 1440 órbitas completas. Apesar de hoje nos poder parecer um aparelho tosco e rudimentar, constituiu um notável progresso na época, por ter inaugurado a era espacial e desencadeado a corrida ao espaço entre a União Soviética e os Estados Unidos da América.

 

  • Qual a razão por que foram os russos os primeiros a obter este sucesso?

Aparentemente, a vantagem soviética era de ordem técnica: a tecnologia dos foguetes estava ligada à produção de armas nucleares e os norte-americanos, mais avançados neste domínio, tinham conseguido produzir bombas mais leves; como as bombas soviéticas pesavam mais de 5 toneladas, os engenheiros de Moscovo foram obrigados a desenvolver foguetes com maior potência e que permitiam colocar um satélite em órbita.

O sucesso do Sputnik não foi, portanto, um caso isolado. Um mês mais tarde, era lançado o Sputnik 2, que levava a bordo o primeiro ser vivo, a famosa cadela Laika.

Já os americanos começaram mal a corrida. O primeiro foguete, o Vanguard, lançado a dezembro desse ano, explodiu a dois metros do solo. Diz-se que por esta altura perguntaram a Von Braun, um dos responsáveis pelo projeto espacial americano, o que esperava ele encontrar quando chegasse à Lua, e ele respondeu simplesmente: “Russos!”

 

  • Porque era tão importante esta competição?

A corrida ao espaço era o aspeto mais visível, e sobretudo mais utilizado pela propaganda de ambos os lados, de uma rivalidade entre duas realidades antagónicas, dois blocos político militares e dois modelos de sociedade. Cada sucesso no lançamento de foguetes e satélites e, mais tarde, na corrida à Lua, era largamente divulgado pela imprensa tinha um enorme eco em toda a opinião pública mundial.

A vantagem inicial da União Soviética, ao lançar o Sputnik e, posteriormente, ao colocar o primeiro homem no espaço, era utilizada como uma prova da superioridade tecnológica soviética e, por consequência, do modelo socialista. Os americanos fizeram o mesmo, naturalmente, com o sucesso do seu programa lunar.

Como é evidente, havia razões mais profundas para a competição, e que envolviam o armamento nuclear e o aperfeiçoamento de mísseis de longo alcance. A corrida ao espaço teve o seu apogeu ao longo da década de 1960 mas subsistiu até ao colapso da União Soviética, em 1989.

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Ficha Técnica

  • Título: Os Dias da História - Lançamento do Sputnik, o 1º satélite artificial
  • Tipologia: Programa
  • Autoria: Paulo Sousa Pinto
  • Produção: Antena 2
  • Ano: 2017
  • Sputnik 1 EMC/EMI Lab model number 002.: Czech Expert Institute