Mia Couto, construtor da língua portuguesa

O escritor moçambicano deu à língua portuguesa um léxico próprio, inspirado nas várias regiões de Moçambique, criando um novo modelo de narrativa africana. Biólogo de profissão, venceu o Prémio Camões e está traduzido em 22 línguas.

António Emílio Leite Couto, filho de emigrantes portugueses, nasceu a 5 de julho de 1955, na cidade moçambicana da Beira. Adoptou o nome Mia pela paixão que nutria por gatos e, por o seu irmão não conseguir pronunciar o nome “Emílio”.

Em 1971, com  16 anos, mudou-se para Lourenço Marques e iniciou os estudos académicos em Medicina. Chegado à capital, Mia Couto junta-se à FRELIMO e após o 25 de abril abandona mesmo os estudos para se dedicar ao jornalismo.

Trabalhou no jornal Tribuna e é nomeado diretor da Agência de Informação de Moçambique, onde permanece até 1979. No mesmo ano passa a dirigir a revista Tempo, e em 1981 muda-se para o jornal Notícias.

Em 1985 abandona a carreira de jornalista para regressar à universidade, e terminar o curso de Biologia, com especialização em Ecologia. Ao mesmo tempo, Mia Couto continua a colaborar com o governo moçambicano, chegando a ser um dos escolhidos para compor o hino nacional. A paixão pela literatura esteve sempre presente e em 1983 publica o primeiro livro de poesia – ‘Raiz de Orvalho’. O primeiro romance -‘Terra Sonâmbula’, lançado em 1992, é agraciado com o prémio Nacional de Ficção da Associação dos Escritores Moçambicanos, por ser considerado um dos dez melhores livros africanos do séc. XX. O trabalho de Mia Couto é reconhecido variadíssimas vezes, não só pela qualidade e originalidade da sua escrita, mas também pelo contributo dado à língua portuguesa. Em 2013 chega-lhe às mãos o Prémio Camões.

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Ficha Técnica

  • Título: Grandes Africanos
  • Tipologia: Programa de Televisão
  • Autoria: Milene Matos Silva
  • Produção: Companhia de Ideias para a RTP
  • Ano: 2014