O amor em Fernando Pessoa

Fernando Pessoa escrevia como se fosse muitos, mas a genialidade do poeta não se esgota nos heterónimos. Esta vida desassossegada criou um universo de letras onde continuamente mergulhamos. Nos poemas de amor descobrimos um outro lado seu menos visível.

Fernando Pessoa conheceu a impossibilidade do amor mas viveu-o no papel, “de todas as formas possíveis e imaginárias”. O romantismo confessado em “cartas de amor ridículas” a Opélia, o seu “bebé pequenininho”, terá ficado platónico. A imagem de um Pessoa apaixonado, sedutor, dilui-se no retrato oficial do homem quase sempre vestido de escuro, de chapéu ligeiramente amachucado, óculos redondos de lentes grossas, reservado, tímido e solitário.

Fernando Pessoa: “Meu Amorzinho, meu Bebé Querido”
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Essa outra faceta praticamente desconhecida, é-nos devolvida numa antologia dos seus melhores textos de amor, da autoria de Mariana Grey de Castro, apresentada nesta peça pela antiga diretora da Casa Fernando Pessoa. Começa por dizer Inês Pedrosa que “pensamos nele sempre como o filósofo da solidão, do desespero, da lucidez, do vazio da vida (…) mas é também um poeta do amor carnal, do amor sensual e um ironizador muito grande do amor”.

Fernando Pessoa sintetiza tudo nesta quadra: “Amo como o amor ama/Não sei a razão pra amar-te mais que amar-te/Que queres que te diga mais que te amo/ Se o que eu quero dizer-te é que te amo?”

“Cartas de Amor”, de Álvaro de Campos
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A infinita busca de Fernando Pessoa
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Ficha Técnica

  • Título: Ler+ ler melhor - "Amo como o amor ama, escritos de poesia de Fernando Pessoa"
  • Tipologia: Extrato de Magazine Cultural
  • Produção: Filbox produções
  • Ano: 2014