O claustro renascentista do Convento de Cristo

Muita história condensa este Convento de Cristo que demorou seis séculos a construir. Por vontades soberanas combina diferentes estilos artísticos e é isso que o faz Património Mundial. Um dos tesouros é o Claustro Principal, obra-prima do renascimento.

No alto do monte que se debruça sobre a cidade de Tomar, erguem-se castelo e convento, construções sólidas que defenderam as terras resgatadas aos mouros entre os rios Tejo e o Mondego. Os cavaleiros da Ordem dos Templários garantiram a segurança dos cristãos e ficaram responsáveis pelo povoamento da zona. Quase duzentos anos depois, o convento ficou a pertencer à Ordem de Cristo, tutelada pelo infante D. Henrique uma das mais importantes dinamizadoras da empresa das descobertas. Basta pensar que era a Cruz de Cristo era o seu símbolo, adornando as velas das naus que andavam nos mares.

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Toda esta passagem do tempo que vai do século XII ao século XVIII é visível no complexo e labiríntico monumento, onde as pedras mais parecem capítulos de um manual de arquitetura. Do Românico ao Gótico flamejante, passando pelo Manuelino e Renascimento, os contrastes são abissais e evidenciam diferentes épocas, diferentes estilos e o poder ilimitado dos reis, que nas sucessivas encomendas acompanhavam tendências e gravavam a sua visão de Portugal no mundo.

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Atentemos pois numa dessas obras, que ganhou reputação de ser uma das mais belas da arquitetura renascentista europeia: o Claustro Principal. Mas o que foi primeiro feito não é o que vemos hoje. Este claustro tem uma história de contornos pouco claros. D. João III, o rei que o encomendara a João de Castilho, ordenou depois a sua destruição parcial para o reformular numa geometria da antiguidade clássica  projetada por Diogo de Torralva.

Com o país a atravessar uma crise económica, não podia tratar-se apenas de um devaneio real, acredita-se que o monarca teve a nítida perceção que a obra ia ficar para a posteridade. O Claustro de D. João III tem a coragem de romper com as conceções excessivas do estilo Manuelino para se aproximar das composições harmoniosas e austeras que floresciam então em Itália e França.

Arte Manuelina
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Propomos uma visita a este Claustro guiada pela jornalista Paula Moura Pinheiro e pelo arquiteto João Paulo Martins.

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Ficha Técnica

  • Título: Visita Guiada - Convento de Cristo, Tomar
  • Tipologia: Documentário
  • Autoria: Paula Moura Pinheiro
  • Produção: RTP2
  • Ano: 2014