O sal do Sado: o que ficou das antigas salinas

Tempos houve em que o estuário do Sado se destacava como o maior centro produtor de sal de todo o reino. Os galeões preenchiam a paisagem setecentista; majestosos transportavam peixe e o precioso condimento rio acima. Desse passado pouco ficou. A expansão dos arrozais e o interesse pela piscicultura ditaram o fim ao sal tradicional das salinas de Setúbal e uma produção reduzida em Alcácer do Sal.

Na margem esquerda do Sado, há mais de dois mil anos, os romanos construíram o maior centro de produção de salgas de peixe do Império. A pesca e o fabrico de conservas fez do pequeno povoado localizado em Troia um dos mais importantes centros conserveiros da Hispânia.

O número de oficinas e tanques ou cetárias, descobertos naquela península frente à baía de Setúbal, demonstram que a atividade industrial era levada muito a sério. Depois de preparados, peixe e marisco eram exportados para todo o mundo romano. Fundamental a toda esta produção, seria o sal; porém, nas ruínas classificadas como Monumento Nacional, os arqueólogos não  descobriram vestígios da exploração salineira, que começou a estar presente em larga escala na região exatamente com os romanos, a partir do século I.

Depois de uma época áurea, em que o sal era tão precioso como a pimenta ou o açúcar, a produção no estuário do Sado  faz-se em poucas dezenas de salinas sobreviventes. Visitamos o passado desta história que cruzou no salgado de Setúbal e Alcácer do Sal, os marnotos de Aveiro.

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Ficha Técnica

  • Título: Sal
  • Tipologia: Extrato de Documentário
  • Autoria: Anabela Saint -Maurice
  • Produção: RTP
  • Ano: 2015