O segredo das vinhas do Pico

Vinhas em chão de lava, separadas por rochas vulcânicas; um rendilhado de muros de pedras negras que podiam dar duas vezes a volta ao Equador. Esta singular paisagem cativou a UNESCO que a considerou Património Mundial em 2004. Que história tem para nos contar a mais jovem ilha dos Açores?

A história das vinhas do Pico começa lá muito atrás, quando os primeiros povoadores chegaram ao arquipélago dos Açores, em 1427. Nesta ilha vulcão encontraram terra dura, aparentemente incultivável. Mas o homem não se deixou vencer pela natureza, antes fez dela seu aliado para dela tirar proveito e sustento. Com engenho plantou bacelos de vinhas nas fendas das rochas, perto da linha da costa. As uvas nasceram de boa qualidade, recompensa de um trabalho duro, exigente, à custa dos carros de bois que abriam caminhos na rocha de lava.

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Ergueram-se depois muros de basalto, empilhados à mão, não muito altos nem muito baixos, a medida suficiente para proteger o vinhedo da água do mar, dos ventos fortes do Atlântico e, ao mesmo tempo, deixar o sol entrar. A pedra vulcânica retém o calor que à noite liberta, fazendo dos currais uma espécie de estufa. É este tempero de calor que adocica o verdelho, vinho que já no século XVI chega à mesa de nobres e czares.

A paisagem de “pedras que dão vinho” é reconhecida como património da Humanidade pela Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO), em 2004. O Lajido de Santa Luzia e o Lajido da Criação Velha são os lugares mais emblemáticos desta cultura da vinha, identidade e riqueza da ilha portuguesa. Tudo isto nos explica melhor Manuel Costa Júnior, professor de História, guia desta viagem pelas vinhas do Pico, únicas em todo o mundo.

Vale do Côa, arte na pedra
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Ficha Técnica

  • Título: Património Mundial Português
  • Produção: Filma e Vê e RTP2
  • Ano: 2009