Ficção Científica ou ensaios sobre o futuro?

Fomos à Lua, pela primeira vez num livro de Júlio Verne e invadidos por extraterrestres, em 1938, numa emissão de rádio que dramatizou "A Guerra dos Mundos", o clássico de H. G. Wells. Depois vieram robôs, carros voadores, batalhas planetárias, androides iguais a humanos, viagens no espaço e no tempo a desafiar elementares leis da física. O mais extraordinário, improvável e arrojado acontece na ficção científica. Mas sejam utópicas ou distópicas, estas históricas podem ser visionárias, gerar reflexões e interrogações sobre a realidade e o futuro próximo. Verdadeiras máquinas do tempo a anunciar o que aí vem.

Muitos são os escritores a explorar futuros distantes, quase impensáveis, que parecem impossíveis de materializar fora da ficção científica. Talvez não seja bem assim. Algumas destas leituras que nos confrontam com o desconhecido, antecipam cenários que obrigam a reflexões sobre os nossos limites e medos, a perspetivar riscos e benefícios de grandiosos avanços da ciência e tecnologia, a debater questões éticas sensíveis.

A inteligência artificial, por exemplo, máquinas capazes de imitar a inteligência humana, robôs iguais ao homem que há muito povoam a mente destes autores, já começaram a fazer parte da realidade, mas, vislumbrando o que acontece na ficção, existe o receio de serem usados de forma perversa e trazer novos perigos a este mundo. Ou, numa perspetiva utópica também analisada nas páginas dos romances do género, os androides podem proteger a humanidade da autodestruição.

O que estas histórias têm de mais fascinante para o bioquímico David Marçal é a inteira liberdade para imaginar. E as infinitas possibilidades de conhecimento que trazem. Nelas encontra analogias, âncoras que ajudam a compreender o mundo real. Porque nem tudo o que parece ficção é ficção.

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Ficha Técnica

  • Título: Nada Será Como Dante
  • Tipologia: Extrato de Programa Cultural
  • Produção: até ao Fim do Mundo
  • Ano: 2021