Assassínio de Júlio César

Os Idos de Março correspondiam, no calendário romano, ao dia 15 desse mês. Os romanos não contavam os dias do mês de forma sequencial, como fazemos atualmente. Cada mês tinha 3 dias de referência: as Nonas, que correspondia ao dia 5 ou 7, consoante os meses, os Idos, a 13 ou 15, e as Calendas, que eram o primeiro dia do mês seguinte.

Os restantes dias do mês eram identificados simplesmente contando o tempo que faltava até ao dia de referência seguinte, por exemplo, para março, o dia 6 era a véspera das Nonas, o dia 12 era o terceiro dia anterior aos Idos, etc. O dia 15 deste mês, os Idos de março do ano 44 a.C., ficou célebre por ter sido a data em que Júlio César foi atacado, em pleno Senado, por um grupo de conspiradores que o apunhalaram até à morte.

 

  • Quais foram os motivos para o assassínio?

As motivações foram naturalmente políticas. Júlio César era um general que tinha conhecido uma ascensão fulgurante na cena política de Roma, graças à sua popularidade justo da plebe, ou seja, das classes populares, mas sobretudo devido às suas vitórias militares, nomeadamente na conquista da Gália. A partir de certa altura, esta ascensão tornou-se uma ameaça para a classe senatorial e as grandes famílias de Roma para o próprio funcionamento das instituições da República: daqui resultou um período de guerra civil, da qual César emergiu como vencedor e foi declarado “ditador perpétuo”. Um grupo de senadores preparou então uma conspiração para o assassinar, com o pretexto de que seria a única forma de travar o poder absoluto de César e de restaurar a República.

 

  • E qual foi a reação?

A morte de César teve um efeito completamente oposto ao que esperavam os seus executores. Houve uma reação violenta por parte do povo de Roma, que foi incitado nesse sentido pelos homens de César, nomeadamente Marco António. Em vez de serem aclamados como heróis da República, os assassinos de César foram ameaçados e obrigados a fugir de Roma.

Seguiu-se novo período de guerra civil, de que saiu vitoriosa a aliança entre os dois herdeiros políticos de Júlio César, Marco António e Otávio. Estes, porém, entraram rapidamente em conflito e a paz só regressou a Roma no ano de 31 a.C., quando Otávio saiu vitorioso e foi proclamado como o primeiro imperador, com o nome de Augusto. A República, que a morte de César deveria ressuscitar, nunca voltou a Roma.

Ouça aqui outros episódios do programa Dias da História

Temas

Ficha Técnica

  • Título: Dias da Historia - Assassínio de Júlio César
  • Tipologia: Programa
  • Autoria: Paulo Sousa Pinto
  • Produção: Antena 2
  • Ano: 2017
  • Morte de César: Vincenzo Camuccini