Antropologia Forense: quando os ossos contam histórias
Usar os ossos para estudar a evolução humana ou para desvendar um crime é matéria do antropólogo forense. A profissão virou moda com as séries policiais, mas nem tudo é tão fácil como na ficção. É preciso ter olho para os pormenores e muita experiência.
Eugénia Cunha examina ossos humanos com a paciência de quem procura uma história. A partir de uma clavícula pode extrair detalhes que ajudam a identificar uma vítima, um suspeito ou a solucionar um crime. Mas quando chegam à sua mesa de trabalho vestígios fósseis de ossos e dentição, a antropóloga forense lê-os numa perspetiva diferente, de modo a traçar as características morfológicas dos nossos antepassados e estudar a evolução do Homem.
Depois de observar tudo muito bem com uma lupa, utiliza ferramentas específicas para medir os ossos, tira radiografias e compara amostras. Nos casos mais complexos, em que é necessário fazer o retrato de uma pessoa ou apurar as circunstâncias da morte, cruzam-se conhecimentos, combinam-se técnicas tradicionais com tecnologia sofisticada, como os micromarcadores genéticas e a reconstrução facial a três dimensões. Por causa do rigor das ciências forenses, muitos inocentes já foram salvos da pena capital. E outros, condenados.
Fica aqui a saber mais sobre esta especialidade que começa no curso de Medicina, com a professora catedrática da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra. Porque o esqueleto tem mistérios que só alguns são capazes de decifrar.