Bombardeamento do Funchal na I Grande Guerra

Max Valentiner afundou 300.000 toneladas de embarcações durante a Primeira Guerra Mundial e também realizou um dos ataques ao Funchal, no dia 3 de dezembro de 1917, uma operação que descreve nas suas memórias.

O ataque, planeado por Berlim, contava com a presença de vários navios ingleses no porto do Funchal, mas só lá se encontravam três navios e uma pequena embarcação da empresa de abastecimento de carvão Blandy.

O comandante alemão temeu ficar preso nas redes lançadas por alguns pescadores que se encontravam nas imediações do porto. Quando fez subir o periscópio para ter melhor visibilidade, deu de caras com um pescador madeirense que se assustou quando viu o equipamento emergir.

Quando os pescadores mostraram intenção de remar para terra, Max Valentiner resolveu atacar. Utilizando torpedos afundou a canhoneira da marinha francesa “Surprise”, o vapor “Dacia” e o navio francês de transporte de submarinos “Kanguroo”.

Houve disparos de terra, mas o submarino alemão afastou-se voltando a emergir para bombardear a cidade durante cerca de duas horas, atingindo uma série de casas, sem provocar, no entanto, mortos ou feridos. O ataque visou especialmente  as baterias, bem como a estação do cabo submarino.

Receava-se que houvesse novo ataque durante a noite, pelo que os madeirenses fugiram para o interior da ilha. As ruas foram patrulhadas por unidades do Regimento de Infantaria 27 e houve recolher obrigatório depois das 21 horas.

Um dia depois do ataque alemão ao Funchal, A Capital noticiava o ataque assegurando que se tratavam de três submarinos alemães e não um.

O ataque mostrou a fragilidade da defesa marítima e costeira. O porto do Funchal não possuía sequer redes anti-torpedo. A artilharia tinha fraco alcance e os navios-patrulha não possuíam capacidade para perseguir, de forma eficaz,  os submarinos.

A defesa marítima da Madeira dispunha de apenas 3 embarcações de patrulha com reduzida capacidade de fogo e duas baterias de costa, uma situada no Forte de São Tiago e outra na Quinta da Vigia.

O Funchal voltaria a ser atacado no dia 17 de Dezembro, por outro submarino alemão, e também dessa vez foram disparados cerca de cinco dezenas de obuses que atingiram alvos em terra.

Museu do Tabaco da Maia, em São Miguel
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Ficha Técnica

  • Título: Postal da Grande Guerra - Bombardeamento do Funchal
  • Tipologia: Programa
  • Autoria: Sílvia Alves
  • Produção: RTP
  • Ano: 2016