Burro velho não aprende línguas?

O neurocientista Michael Merzenich demonstra-nos o incrível poder do cérebro em se reconectar. É especialista em formas de aproveitar a plasticidade cerebral para melhorar as nossas competências e recuperar funções perdidas. Afinal, o cérebro vai morrendo ao longo da vida?

Em resposta à pergunta do título, Michael Merzenich responderia, “sim, aprende”. Perito em neuroplasticidade, desde os anos 60 do século XX que os seus estudos vão no sentido de que o cérebro não é um órgão estático que apenas obedece à biologia e à genética. Considera que, ao longo de toda a vida, é possível criar novas ligações neuronais em resposta a estímulos e, dessa forma, alterar o funcionamento cerebral.

Michael Merzenich tem dedicado os mais recentes anos a desenvolver e verificar se certos exercícios intelectuais podem ajudar a remodelar as funções cerebrais que permitam recuperar funções perdidas devido a doenças, lesões ou pelo envelhecimento. Defende que quando o cérebro é rotineiro, fica limitado na sua capacidade de reação, por isso precisa de desafios e de treino.

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O cérebro comanda todo o corpo. Sem ele não haveria movimentos, funções orgânicas, emoções, memória, imaginação. Mas raramente tratamos dele como de outras partes do nosso corpo. Se o coração falhar, vamos ao cardiologista. Se doer um joelho, ao ortopedista. Com um dente, ao dentista. E se o cérebro começar a dar sinais diferentes? Possivelmente achamos normal. Pode ser da idade. Talvez não tenha de ser assim.

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Ficha Técnica

  • Título: Fronteiras XXI - De que é capaz o cérebro humano? - temporada 4, episódio 6
  • Tipologia: Entrevista
  • Autoria: Joana Machado
  • Produção: RTP / Fundação Francisco Manuel dos Santos
  • Ano: 2020