Dentro das esculturas de Rui Sanches

Estudou o corpo humano por dentro e por fora nas aulas de medicina mas é na "pele quente" da madeira que descobre a anatomia do escultor. Rui Sanches não executa a partir do desenho, gosta de descobrir a volumetria orgânica da peça.

As mãos afeiçoaram-se à madeira, que corta, recorta, empilha e ordena num labor quotidiano. No estúdio de Rui Sanches, nada é feito à máquina. O escultor diz que as imperfeições e as hesitações fazem parte da história de cada peça, que modela plano a plano, com tempo, até a forma ser uma presença física no espaço.

Os objetos que executa, diz nesta reportagem, não estão definidos nas linhas dos desenhos que também faz, são processos que podem complementar-se mas mantêm-se autónomos. Recorre a maquetas para perceber os volumes que podem ser entretanto modificados.

Foi nos anos oitenta que Rui Sanches se afirmou como um dos nomes mais importantes da escultura portuguesa contemporânea. A arte não foi, no entanto, uma escolha imediata na sua vida. Quis ser psicólogo, esteve três anos em medicina mas o corpo e a mente pendiam para o desenho e para a pintura. Depois, chegaria o tempo de esculpir.

Na peça de 1995 que mostramos aqui, Rui Sanches começa por responder a uma pergunta de Alexandre Melo : «o que acontece no estúdio quando está a trabalhar?»

 

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Ficha Técnica

  • Título: Magazine de Artes Visuais
  • Tipologia: Extrato de Programa Cultural
  • Autoria: Isabel Colaço e Alexandre Melo
  • Produção: Produção Zebra para a RTP
  • Ano: 1995