Fernando Namora: retalhos da vida de um médico-escritor
Os primeiros livros foram escritos antes dos 20 anos, quando era estudante de medicina, em Coimbra. Fernando Namora, médico, escritor e também pintor (a sua faceta menos conhecida) documenta ficcionalmente a sua vida: retalhos de um homem simples e humano.
O jovem médico andava de aldeia em aldeia, como se fosse um novo e moderno João Semana, mítico personagem de Júlio Dinis. Tirara o curso de medicina por vontade da mãe e descobrira a vocação de acudir “às dores e ao sofrimento alheios”. Na mudança para Lisboa, irá afastar-se do médico “para que o escritor pudesse persistir”.
Muito da sua vida começada na aldeia de Vale Florido, a 15 de abril de 1919, há de fazer parte das histórias dos seus romances, essa outra vocação que o encontrou na adolescência. Como o gosto pela pintura a transparecer no jornal que, nos tempos de escola, criara sozinho: páginas escritas e ilustradas por Fernando Namora. O que veio depois, até ao ano da sua morte, em 1989, está condensado em mais de 30 livros. Os primeiros surgiram antes de terminar o curso em Coimbra. Desse tempo são “Almas sem Rumo” e “Cabeças de Barro”. A estreia na poesia acontece em 1938, com a publicação de “Relevos”. No mesmo ano, um novo romance: “As Sete Partidas do Mundo”.
Homem do campo e da cidade, conhecedor de diferentes realidades sociais e dos dramas humanos, o narrador aproxima-se claramente do neorrealismo, embora algumas das suas obras pendam para o existencialismo. O autor de “Retalhos da Vida de um Médico”, romance adaptado para o cinema, dizia que os seus livros eram acessíveis e fáceis de ler. Sobre ele fala a escritora Teolinda Gersão.
Temas
Ficha Técnica
- Título: Ler+ ler melhor - Breve Biografia de Fernando Namora
- Tipologia: Extrato de Magazine Cultural
- Produção: Filbox produções
- Ano: 2011