Kant e a liberdade humana
Nascemos num corpo sujeito a doença e a influências externas, numa sociedade e tempo determinados. Como é, então, possível a liberdade humana, se, para além disso, o seu motivo parece ser uma ânsia e, por isso, um constrangimento?
Para Kant, a liberdade humana está relacionada com a autonomia moral. Não são os constrangimentos externos que condicionam o homem, mas, sim, princípios auto-impostos. Para ele, a liberdade afirma-se quando o indivíduo age de acordo com um imperativo categórico da razão, de tal forma que este possa ser uma lei moral universal, para mim, para os outros, aplicada sem contradições.
Esta lei moral é, para o filósofo, um aspeto fundamental da dignidade humana, premissa para que os indivíduos façam escolhas racionais e moralmente orientadas, sem estarem condicionados pelos seus desejos ou influências externas.
Immanuel Kant nasceu a 22 de abril de 1724, em Königsberg, Prússia. Passou a maior parte da sua vida na sua cidade natal, onde trabalhou como professor de filosofia na universidade local. Foi aí também que morreu em 12 de fevereiro de 1804.
Das reflexões filosóficas de Kant destacam-se duas grandes obras: “A Crítica da Razão Pura” (1781) e “Fundamentação da Metafísica dos Costumes” (1785), onde Kant procurou abordar questões fundamentais sobre o conhecimento humano, a ética e a metafísica.
Legou conceitos como o de “juízos sintéticos a priori”, condições necessárias e não derivadas da experiência para que o conhecimento possa ocorrer, e o de “imperativo categórico”, um princípio moral universal que obriga os indivíduos a agir de acordo com máximas que podem ser aplicadas universalmente sem contradição.
O seu trabalho teve uma influência duradoura num vasto leque de disciplinas, o que faz dele uma das figuras mais importantes da história da filosofia.
“É um Clássico” é um programa da RTP2 em que o professor universitário António Caeiro comenta filosofia, filósofos e obras clássicas de forma informal. Veja, neste episódio, o seu comentário sobre Kant.
Temas
Ficha Técnica
- Título: É um Clássico
- Área Pedagógica: Filosofia
- Tipologia: Cultural
- Autoria: António Caeiro
- Produção: RTP
- Ano: 2017
- Imagem: Digitalização em domínio público de uma impressão de retrato da Biblioteca Nacional Austríaca.