Malala, a jovem paquistanesa que defende as crianças
Invulgar é a história desta menina que luta pelo direito à educação das crianças. Por isso esteve entre a vida e a morte. Baleada pelos taliban a caminho da escola, sobreviveu e ficou mais forte. Admirada em todo o mundo, o seu nome é Malala Yousafzai.
A juventude de Malala não lhe retira firmeza nem seriedade. Pelo contrário. A jovem paquistanesa é ouvida em todo o mundo. Discursa nas Nações Unidas, desafia os líderes políticos a investirem em livros em vez de balas, dá opiniões na imprensa internacional. Porque Malala não se cansa de dizer que todas as crianças devem ir à escola, que todas têm direito à educação.
A causa desta ativista começou quando tinha 11 anos e vivia no Vale de Swat, no Paquistão, perto da fronteira com o Afeganistão. A vida seguia tranquila, Malala não passava de uma estudante anónima na escola onde o pai, Ziauddin Yousafzai, era diretor. Mas em 2009 os extremistas religiosos conseguiram impor a sharia, a lei islâmica, e o terror entrou na sua aldeia, com as adolescentes a serem perseguidas por frequentarem o ensino. A situação começou a ser relatada por Malala num blogue da BBC, foi ela a única a ter coragem para o fazer porque as professoras temiam as consequências.
O sucesso do Diário de uma Estudante Paquistanesa chamou a atenção dos taliban que, a 9 de outubro de 2012, dispararam sobre ela, atingindo-a na cabeça. A menina foi levada para o Hospital da Rainha Isabel, em Birmigham, Reino Unido, onde esteve em coma durante vários dias. Malala sobreviveu ao ataque e ficou mais forte, determinada em defender sempre o direito à educação. Por causa das constantes ameaças, a família refugiou-se em Inglaterra e neste novo país Malala pôde regressar à escola, em liberdade. Como deve ser, e como acredita que pode vir a ser, para todos os meninos e meninas.
“Uma criança, um professor, um livro, uma caneta. Educação é a solução. Educação primeiro.” é o mantra que repete em todos os grandes palcos deste mundo. E o mundo reconhece a determinação desta jovem invulgar, a pessoa mais nova a ser distinguida com o Nobel da Paz. Tinha 17 anos. O dinheiro dos muitos prémios que já recebeu é investido na ONG que fundou com o pai. O Fundo Malala já ajudou 60 milhões de raparigas que não podiam ir à escola. Educação primeiro. Porque aprender é a verdadeira arma.
Ficha Técnica
- Título: Malala Yousafzai
- Tipologia: Peça Jornalística
- Autoria: Fátima Silva
- Ano: 2013