O príncipio do fim da Dinastia Filipina
Em 1580, Portugal é herdado por Filipe II de Espanha. Muitos viam no novo rei um inimigo, mas o acordo jurado em Tomar garantia que a administração do reino continuava nas mãos dos portugueses. Até Castela impor políticas que violavam o pacto real, rastilho do golpe palaciano de 1640. Antes, porém, houve uma primeira mudança drástica causadora de grande descontentamento. A historiadora Mafalda Soares da Cunha resume o que falhou na União Ibérica.
Em 1583, apenas dois anos depois de ter celebrado em Tomar um pacto com os representantes da sociedade portuguesa, Filipe II trocou Lisboa por Madrid. O rei voltava costas ao novo reino e os súbditos não gostaram da decisão que os mantinha longe do centro do poder. A ausência do monarca dificultava a comunicação e tornava os processos morosos e caros. Mesmo tendo nomeado um governador para o seu lugar, muitos documentos precisavam da assinatura real, ou seja, tinham de viajar até Castela. Apesar desta desvantagem institucional, o período que se seguiu trouxe estabilidade e prosperidade.
Os primeiros sinais de conflito com a monarquia hispânica começaram a manifestar-se quando Filipe III de Espanha, aclamado Filipe II em Portugal, tentou reduzir a autonomia do território. Mas foi com o terceiro Filipe da dinastia dos Habsburgo que a situação se agravou. Questões militares, económicas, culturais e financeiras fizeram eclodir focos de resistência e rebelião. Os Filipes voltavam a ser vistos como usurpadores da coroa portuguesa.
Ficha Técnica
- Título: Visita Guiada - 1580-1640: A Dinastia Filipina em Portugal
- Tipologia: Excertos de Programa de Cultura Geral
- Autoria: Paula Moura Pinheiro
- Produção: RTP
- Ano: 2024
