Restaurar os habitats naturais dos Açores
As hortênsias são apontadas como um dos símbolos dos Açores mas são, na verdade, plantas invasoras que estão a destruir a flora local, embora importantes para conservar o carbono e evitar que as zonas mais baixas das ilhas sejam atingidas por cheias.
Diana Pereira e Sol Heber são as biólogas responsáveis pelo projeto de conservação da natureza Life IP Azores Natura, que tem como objetivo o restauro da vegetação nativa da ilha do Pico. Para o concretizar, é necessário impedir a progressão de plantas invasoras – como a hortense, o incenso e a roca da velha – e também evitar que as vacas destruam a cobertura vegetal.
As pequenas ervas e musgos que crescem nas zonas altas e húmidas da ilha, as trufeiras, têm de ser protegidas porque são de importância vital não só para prender o carbono mas também para absorver as fortes chuvadas, libertando as águas de forma mais lenta, e travando neste processo potenciais cheias nas zonas mais baixas.
O controlo destas situações nem sempre é fácil, até porque zonas declaradas como reserva ecológica eram utilizadas com frequência como áreas de pastagem comunitária. Apesar de estarem agora cercadas e fora do circuito das pastagens, certos proprietários de vacas continuam a colocar os seus animais nesses espaços, desrespeitando a lei.
Nesta reportagem pode ouvir declarações de Diana Pereira e Sol Heber, biólogas e responsáveis pelo projeto Life IP Azores Natura.