Tintim, herói intemporal de Hergé

Nunca o vemos numa redação a escrever um artigo como este, por exemplo, mas Tintim é o jornalista mais famoso do mundo… aos quadradinhos! O jovem repórter de poupa loura, pulôver azul e calças de golfe, entra na banda desenhada a 10 de janeiro de 1929, no suplemento juvenil “Le  Petit Vingtième”.

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Nascido para viver aventuras, Tintim é no início um rapazinho de traços toscos, a preto e branco, que parte de comboio para a antiga União Soviética onde se envolve em cenas de pancadaria. Ao seu lado nesta primeira reportagem “No País dos Sovietes”, publicada em vários episódios, tem já Milú, o cão inteligente que fala, companheiro cúmplice de todas as missões perigosas. E vão ser muitas, 23 ao todo, até à morte do seu autor belga, em 1983.

Hergé, nome artístico de Georges Rémi, tinha 22 anos quando foi desafiado a fazer uma história com um adolescente e um cão. Em poucos minutos, o  desenhador e argumentista imaginou a personagem, esboçou uma silhueta e projetou vivências e ideais de amizade, justiça e humanidade no pequeno herói. Para aventuras futuras, muitas delas verdadeiras lições de história, Hergé vai inventar uma galeria de personagens que ajudam a imortalizar toda a obra: um capitão rabugento mas com um coração de ouro, uma cantora de ópera caprichosa, dois detetives trapalhões, um cientista que vive no mundo da lua e, entre tantas outras personagens secundárias,  um português capaz de vender água no meio do gelo.

Tintim fez-se repórter sólido em álbuns como “A estrela misteriosa”, “As joias de Castafiore”, “Tintim no Tibete”, traduzidos em 77 línguas e que venderam mais de 230 milhões de exemplares nos quatro cantos do mundo. Algumas aventuras saltaram depois para a televisão e para o cinema: afinal, um jornalista tem de saber adaptar-se aos novos tempos.

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