Um protesto contra o Estado Novo na Capela do Rato
A vigília na Capela do Rato foi a face visível do protesto católico contra a guerra e o Estado Novo. Vários jovens pretendiam realizar um protesto por tempo indeterminado, mas a polícia invadiu o espaço no dia seguinte e prendeu os participantes.
Muitos dos jovens que estavam na vigília estavam também envolvidos noutras ações contra o regime e a Guerra Colonial, nomeadamente como autores do Boletim Anti-Colonial ou através da Cooperativa PRAGMA. A iniciativa foi organizada em segredo e reuniu os chamados católicos progressistas que procuravam mais do que apenas discutir as questões.
No final da missa de 30 de Dezembro de 1972, Maria da Conceição Moita, que tinha sido designada porta-voz do grupo, anunciou que pretendiam ficar de vigília por tempo indeterminado, com o objetivo de jejuar e aprofundar as questões relacionadas com os problemas que o país enfrentava. Religiosos e não religiosos juntaram-se à vigília nas horas seguintes.
No dia seguinte explodiram vários petardos em Lisboa que causaram vários feridos. Foram colocados por organizações de esquerda anti-regime – as Brigadas Revolucionárias – que assumiram esta forma de apoio à vigília.
Numa fase inicial, as autoridades não interferiram com a iniciativa, mas ao fim do dia 31, as forças de intervenção da polícia entraram na capela e prenderam cerca de 50 pessoas.
Temas
Ficha Técnica
- Título: Um gesto de liberdade
- Tipologia: Documentário
- Autoria: Jacinto Godinho
- Produção: RTP
- Ano: 2023