O massacre do cemitério de Santa Cruz, em Timor
O massacre do cemitério de Santa Cruz, em Dili, onde terão morrido mais de 300 pessoas, recolocou o caso de Timor na agenda internacional, desencadeando a realização de um referendo no qual a população optou pela independência do país face à Indonésia.
O ataque ordenado por militares indonésios contra uma multidão de timorenses, que protestava contra a ocupação do país, aconteceu a 12 de Novembro de 1991. Milhares de pessoas, especialmente jovens, tinham-se reunido para acompanhar o funeral de um rapaz, pertencente à resistência, que se realizara no cemitério de Santa Cruz.
Este foi, no entanto, apenas um dos muitos massacres em Timor que perdeu um terço da população durante os anos de ocupação indonésia. Neste caso encontrava-se no local Max Stahl, um jornalista e documentalista britânico, que filmou os acontecimentos e conseguiu sair do país com as imagens. Não é certo o número de vítimas mortais do massacre, mas os números apontam para 300 a 400 mortos e muitas centenas de feridos.
A emissão das cenas do massacre pelas televisões de todo o mundo, voltou a colocar o caso de Timor nas agendas diplomáticas, e a Indonésia foi obrigada a realizar um referendo na ex-colónia portuguesa. Este terminou com a vitória dos que defendiam a independência, que foi declarada oficialmente em 2002.