Harold Pinter e o teatro como espelho do quotidiano
Entrou no teatro com ator, mas foi como dramaturgo que Harold Pinter chegou aos palcos do mundo. Nas suas peças - 29 ao todo -, o autor britânico criou um universo único que originou um adjetivo próprio: pinteresco. Foi esse mundo que ganhou o Prémio Nobel, em 2005.
Se no início as primeiras peças de Harol Pinter não receberam muita atenção, hoje esses mesmos textos são clássicos do teatro. Porque neles estão já identificados os traços desse mundo pinteresco – adjetivo que assumiu para si – e que dele fizeram “o mais importante representante da dramaturgia britânica da segunda metade do século XX”.
Estas palavras da Academia Sueca chegaram em 2005, quase cinquenta anos depois da estreia de “O Quarto” para justificar a atribuição do Nobel da Literatura. Ao premiar o autor inglês, o júri quis evidenciar uma obra que recuperou “para o teatro os seus elementos básicos: um espaço fechado e um diálogo imprevisível, onde as pessoas estão à mercê umas das outras e de falsas desagregações”.
Com uma linguagem clara, construída em frases curtas, herança talvez da poesia por onde começara, Harold Pinter – que também foi ator, encenador, argumentista de cinema e televisão -, dizia que a sua missão era sempre a de dizer a verdade. Por isso queria mostrar no teatro “o precipício que existe na vida quotidiana”, marcado pela incerteza e por diálogos dramáticos em que o mais violento é o que fica por dizer.
Nesta reportagem ficamos a saber que Pinter (1930-2008), filho de emigrantes judeus, chegou a pensar que era descendente de portugueses. É uma das histórias contadas por Jorge Silva Melo, o encenador da companhia de teatro Artistas Unidos, responsável pela divulgação de muitas obras deste autor que também ficou conhecido por ser um ativista político.
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Ficha Técnica
- Título: Literatura Aqui - Harold Pinter
- Tipologia: Extrato de Programa de Artes e Cultura - Reportagem
- Produção: até ao Fim do Mundo
- Ano: 2017