Árabes na Península Ibérica: as terras do al-Andalus
A presença árabe na Península tem séculos de história. De sul para norte, a conquista foi rápida e duradoura. Começou em 710, com mouros e berberes determinados a apoderarem-se do novo território. Chamaram-lhe al-Andalus e, a ocidente, al-Garb.
Quando, nos primórdios do século oitavo, muçulmanos e berberes africanos atravessaram o mediterrâneo rumo a Gibraltar, nunca pensaram que a conquista de um vasto território como a Península Ibérica pudesse ser tão rápida. A vitória na batalha de Guadalete, onde foi morto Rodrigo, o último rei visigodo, incitou o exército do emir Musa, liderado por Tariq, a avançar confiante por terras da Hispânia.
Em cerca de cinco anos chegaram ao centro da atual Espanha e expandiram as campanhas militares em direção ao ocidente peninsular, apoderando-se de cidades como Beja, Évora, Coimbra e Santarém.
Em 715 quase toda a Ibéria tinha caído no seu poder, com exceção de uma região a norte, onde um exército se fortalecera com os capitães visigodos e os soldados vindos do sul. Comandados por Pelágio, tiveram a primeira vitória sobre os mouros, em 718. Assim, a partir das terras das Astúrias, começava a reconquista cristã, que do lado português só terminou ao fim de quase cinco séculos.
O Al-Andalus era todo o ocidente islâmico com fronteiras que “variavam em função dos avanços ou recuos dos reinos cristãos”, como explica a arqueóloga Rosa Varela Gomes neste extrato do programa Visita Guiada. Dividia-se em duas regiões distintas: o Sharq-al-Andalus, onde floresciam as notáveis cidades de Sevilha, Córdova e Granada; e o Gar-al-Andalus que correspondia aproximadamente à Lusitânia Romana e que durante muitos séculos teve a sua capital em Silves.
Ficha Técnica
- Título: Visita Guiada - Os Muçulmanos do Al Andaluz -Castelo de Silves e Poço Cisterna
- Tipologia: Extrato de Programa Cultural
- Autoria: Paula Moura Pinheiro
- Produção: RTP
- Ano: 2014