Martinho Lutero e o início da Reforma Protestante

As indulgências são uma pratica comum no catolicismo e uma forma de reduzir as penitências, as penas, por se cometer pecados. O principal motivo de critica nesta altura, no século XVI,  não residia no facto de os pecados poderem ser redimidos ou perdoados por obras materiais, por caridade ou por outro tipo de atos, mas sim por este perdão poder ser comprado.

Além disso, para além da questão da compra e da venda destas indulgências esta prática atribui ao papa o poder de conceder este perdão e de vendê-lo, o que já era motivo de polémica na Europa nessa altura.

O que desencadeou a escrita destas teses, pequenas frases argumentativas, na obra de Lutero, foi o facto de o papa ter emitido em 1515 uma indulgência plena, ou seja, algo que permitia a remissão de praticamente todos os pecados, para efeitos de financiamento da construção da nova Basílica de São Pedro.

• E qual foi o efeito da publicação dessas teses?

Inicialmente o efeito foi diminuto porque, tanto quanto se sabe, Lutero apenas queria um debate teológico sobre a validade destas práticas. Mas o que é verdade é que as suas teses tiveram uma rápida divulgação por toda a Europa, com tradução em alemão e depois noutras línguas, o que foi uma espécie de rastilho que desencadeou rapidamente um amplo movimento de contestação das práticas e dogmas da igreja católica e que depois, por arrasto, levou a Europa a divisões, a crises e às guerras de religião que assolaram este continente durante mais do que um século.