16 Março 1974 – O princípio do fim
Semanas antes da revolução do 25 de Abril de 1974, dá-se uma tentativa de insurreição militar, a que se chamou o levantamento das Caldas (da Rainha). Gorados os objetivos, são feitas prisões a nível militar. Um risco para a Revolução ou um ensaio falhado?
Otelo Saraiva de Carvalho afirma em estúdio, 25 anos depois do 25 de Abril de 1974, que o 16 de Março foi uma ação “feita à revelia da Comissão Coordenadora Executiva do MFA”. O objetivo “era impedir a vassalagem dos almirantes e dos generais perante o Professor Marcello Caetano”. Inicialmente prevista para a noite de 13 para 14 de Março, esta ação acaba por ter lugar a 16, mas conta apenas com uma coluna de 170 homens saída das Caldas da Rainha.
Já perto de Lisboa, percebem que estão sozinhos: os militares de Lamego, apesar de uma tomada de intenção anterior acabam por não se juntar a eles, o mesmo acontecendo com os militares de Santarém e de Mafra. A operação aborta, dando posteriormente azo a prisões por parte do Governo e a repreensões internas por parte da Comissão Coordenadora Executiva do MFA.
Otelo Saraiva de Carvalho justifica esta acção no conhecimento tido pelo General Spínola de que a então denominada “Brigada do Reumático” prestaria vassalagem ao Prof. Marcelo Caetano, tendo-lhe pedido nessa altura através do seu ajudante de campo “que fizesse qualquer coisa”. Essa “qualquer coisa”, falhada a 16 de Março e sem cobertura da Comissão do MFA, a que o Prof. Marcello Caetano chamará “irreflexão, talvez ingenuidade”, redunda semanas depois no 25 de Abril de 1974.
Ficha Técnica
- Título: 16 de Março 1974 - O Princípio do Fim
- Tipologia: Extrato de programa
- Autoria: Diana Andringa
- Produção: RTP
- Ano: 1999