O Linho na Madeira: da Semente ao Tear

O linho acompanhou o homem desde a colonização da Ilha, iniciada no século XV. Numa época em que o isolamento era grande e as possibilidades eram poucas, não havia grandes alternativas na fabricação de têxteis. A ligação das populações à terra e a necessidade da confeção de vestuário e de outros utensílios diários importantes, tornaram esta cultura num bem essencial e inseparável ao homem.

Canelas chorai, chorai
Já morreu a tecedeira
Quando as canelas choram
Que fará a lançadeira?

Imortalizado pelo cancioneiro popular, o ciclo do linho, que persistiu até finais do século XX, está intimamente ligado à cultura e às tradições da Madeira. Vestia gentes, servia a culinária e a medicina, cobria mesas e forrava camas. Nenhuma noiva casava sem levar a “teia” – o dote em metros de linho. Ocupava os campos e o tempo dos homens e, sobretudo, o das mulheres que o transformavam para roupa e pano de bordar.

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O linho é uma planta essencialmente fibrosa que é transformada no tecido vegetal mais antigo da história da humanidade. É uma hérbacea, cuja semente é também usada na alimentação – a linhaça -, e o seu óleo utilizado em farmácia e cosmética. Dá-se bem em climas temperados, embora a sua produção se tenha espalhado praticamente por todo o mundo. Caraterísticas, como a durabilidade, fizeram dele um aliado do homem ao longo de muitas épocas.

Os primeiros vestígios do seu uso são encontrados no Antigo Egito, envolvendo múmias. Na Península Ibérica, as sementes já eram conhecidas há mais de dois mil anos, mas é com os romanos que a sua produção se vai desenvolver. Na Idade Média foi usado como forma de pagamento e, em Portugal, o seu cultivo estendeu-se a todo o país. A Revolução Industrial exponencia a sua comercialização, mas o algodão vai ditar a sua decadência.

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