O Amor na Idade Média

Se hoje somos livres para escolher quem amamos, nestes tempos antigos as coisas não se passavam assim. A vida amorosa tinha regras e interdições impostas pelo poder régio e pela Igreja. A historiadora Ana Rodrigues Oliveira, investigou os comportamentos dos nossos antepassados e descobriu que muitos estavam dispostos a correr riscos. Mesmo que isso implicasse morrer.

No tempo dos reis e das rainhas os casamentos tinham pouco de amor e muito de razão e conveniência. As uniões combinadas funcionavam como alianças para manter uma linhagem e preservar ou aumentar património. Por vezes, as histórias tinham finais felizes, mas o normal seria terminarem em adultério. A realeza praticava-o, mas punia-o severamente. Era assim em Portugal, na Alta Idade Média.  

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Nesta época, o amor tinha muitas regras e havia castigos pesados para quem não as cumprisse. A legislação civil e canónica determinava quem se podia amar e como se devia amar: não permitia misturas sociais, étnicas ou de religiões e proibia relações entre pessoas do mesmo sexo. A Igreja, que em tudo via pecado, procurava reprimir a vida conjugal através de interdições sexuais, impedindo o prazer em períodos religiosos, ou seja, em cerca de metade do ano. Apesar das leis austeras e das penas duras, a Idade Média em Portugal foi fértil em transgressões, refere Ana Rodrigues Oliveira. A historiadora estudou estes amores do passado, e concluiu que a grande diferença entre aqueles tempos e os tempos de hoje, é que os amantes medievais estavam dispostos a arriscar a vida por amor. Ou a desafiar todos os cânones e convenções, como fizeram Pedro e Inês na sua única e trágica história de amor.

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Ficha Técnica

  • Título: Nada Será Como Dante
  • Tipologia: Extrato de Magazine Cultural - Reportagem
  • Produção: até ao Fim do Mundo
  • Ano: 2020