“Nevoeiro”, de Fernando Pessoa
Neste episódio do programa "Voz" recuperamos "Nevoeiro", o poema que faz os últimos versos da simbólica e mítica "Mensagem" de Fernando Pessoa, lido pelo ator Rogério Samora. Um encontro com a poesia para ver, ouvir e ler aqui.
Nevoeiro
Nem rei nem lei, nem paz nem guerra,
Define com perfil e ser
Este fulgor baço da terra
Que é Portugal a entristecer —
Brilho sem luz e sem arder,
Como o que o fogo-fátuo encerra.
Ninguém sabe que coisa quer.
Ninguém conhece que alma tem,
Nem o que é mal nem o que é bem.
(Que ânsia distante perto chora?)
Tudo é incerto e derradeiro.
Tudo é disperso, nada é inteiro.
Ó Portugal, hoje és nevoeiro…
É a Hora!
Fernando Pessoa
in Mensagem
Temas
Ficha Técnica
- Título: "Voz"
- Tipologia: Programa de Poesia
- Autoria: Produções Fictícias
- Produção: até ao Fim do Mundo
- Ano: 2005