A aviação, curiosidades de uma nova arma
Num tempo em que a aviação dava os primeiros passos, os céus eram o limite. Construídos de madeira e lona os aeroplanos eram considerados por muitos extremamente baratos e por outros extremamente caros. Certamente eram uma das novidades da guerra mundial...
Em relação aos modernos aviões os aeroplanos da I Guerra eram certamente muito mais baratos em termos de construção e a sua produção era muito mais lenta. A fábrica dos Breguet em França, por exemplo, conseguia produzir apenas sete aparelhos por dia.
O que muitos acabavam por não referir nos gastos eram “curiosos pormenores” que foram destaque num artigo do jornal “A Capital” publicado em maio de 1916. Mereciam atenção, sobretudo, os custos dos aeroplanos usados enquanto arma.
Relatava o periódico que um aeroplano “todo equipado para a guerra” custava um pequena fortuna, mas não durava mais do que uns meses, servindo depois para “sucata vendida a peso”.
O jornal faz ainda contas aos custos de combustível e óleo de lubrificação, esclarecendo que um simples raid de observação, com um raio de 250 quilómetros – realizado por apenas por uma esquadrilha podia custar “mais de 100 mil réis” enquanto um raid de bombardeiros, composto por três esquadrilhas, “custa só em óleo e combustível mais de um conto e quinhentos e leva apenas quatro horas a efetuar”.
O diário lembra ainda que as avarias e os acidentes são comuns – sendo os propulsores de “uma inverosímil fragilidade”, citando depois casos mórbidos e fatais que terão acontecido a pilotos de combate.
O autor do artigo destaca ainda outras curiosidades como a forma de comunicar entre piloto e observador, feita por escrito ou sinais devido ao elevado ruído do motor.
Termina o texto explicando que em caso de queda atrás das linhas inimigas, restava ao aviador “incendiar o aparelho” com o combustível que lhe restava e aguardar a detenção, prometendo sob compromisso de honra que não tentaria escapar.
Temas
Ficha Técnica
- Título: Postal da Grande Guerra - Custos da Aviação
- Tipologia: Programa
- Autoria: Graça Andrade Ramos
- Produção: RTP
- Ano: 2016