A cantiga como arma da revolução

A aldeia de Argea, no concelho de Santarém, foi palco de um espetáculo realizado em 1975, com cantores de intervenção bem conhecidos na época. Deste acontecimento resultou também a realização de uma reportagem para a RTP.

O espetáculo juntou Zeca Afonso, Sérgio Godinho e Pedro Lobo Antunes, na noite de 2 de abril, mas para a reportagem o mais importante foi perceber a reação das pessoas que, pela primeira vez, assistiam a uma iniciativa deste género na sua aldeia.

O título da reportagem – “A cantiga é uma arma” – é também o nome de um tema do Grupo de Acção Cultural, liderado por José Mário Branco. Esta formação musical surgiu logo após a revolução e reuniu vários cantores de intervenção, muitos deles ex-exilados. Nos anos seguintes lançariam alguns discos mas, em 1975, estes músicos também se deslocavam a diversas zonas do país para realizar espetáculos junto das populações.

Muitas destas iniciativas contavam com o apoio do MFA e de outras organizações com o intuito de cultivar e incentivar dinâmicas culturais que melhorassem as condições de vida nas zonas do interior. É nesta lógica que se encontram as “Campanhas de Dinamização Cultural” e outras de características semelhantes, que não passavam apenas pelo apoio a espetáculos, integrando também campanhas de alfabetização ou de educação sanitária.

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Ficha Técnica

  • Título: A cantiga é uma arma
  • Tipologia: Reportagem
  • Produção: cinequanon/ RTP
  • Ano: 1975