A dependência de drogas pode ser biológica?
João Goulão, conceituado especialista português em dependência química, faz notar, numa entrevista à RTP, os diversos fatores que desempenham papéis cruciais na propensão à dependência de drogas.
Há ou não pessoas com maior tendência biológica a tornarem-se toxicodependentes? João Goulão, presidente do Instituto para os Comportamentos Aditivos e as Dependências (ICAD), alerta, desde logo, que a forma mais eficaz de prevenir a dependência passa por nem sequer experimentar. A memória do prazer de uma primeira vez perdura para sempre e fica como um gatilho à espera de uma oportunidade.
Mas há fatores de propensão que podem ser mencionados relativos à adição: aspetos genéticos – pois certos genes predispõem determinados indivíduos a uma maior suscetibilidade ao vício -, exposição fácil às substâncias e condições psicológicas que podem desempenhar um papel significativo, já que situações de ansiedade, depressão e traumas têm o potencial de aumentar a probabilidade de alguém recorrer às drogas como uma forma de escape.
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É também essencial considerar que a dependência química é uma doença crónica, caracterizada por recaídas. Mesmo após períodos de recuperação, é um desafio não recorrer à droga novamente, daí a necessidade de abordagens de tratamento de longo prazo.
