A tentativa de golpe de 11 Março de 1975
Menos de um ano depois do 25 de Abril, a fação do ex-presidente António de Spínola tenta promover um golpe de Estado. A operação sai gorada e Spínola é obrigado a exilar-se. A esquerda aproveita para radicalizar a política económica.
Em poucos meses, esta era a segunda iniciativa liderada pelo primeiro Presidente da República após a revolução do 25 de Abril de 1974. Ambas fracassaram. Em Setembro de 1974, na tentativa de contrariar uma viragem à esquerda liderada por diversas forças, Spínola tinha patrocinado a realização de uma manifestação de apoio à sua política. Esse encontro foi inviabilizado por civis de esquerda e elementos do Movimento das Forças Armadas (MFA). Como consequência, o general tinha-se demitido do cargo, passando a Presidência para Costa Gomes.
Em Março do ano seguinte, Spínola terá sido forçado a desenhar novo golpe, após notícias enviadas pelos serviços secretos espanhóis. Estes denunciavam a preparação de um golpe da esquerda radical, que previa o assassinato de 1500 pessoas ligadas à direita.
O movimento de Setembro tem o seu epicentro no Regimento de Artilharia de Lisboa, atacado por aviões e helicópteros da Força Aérea e por unidades de paraquedistas. Um soldado é morto durante o ataque e, no dia seguinte, regista-se também a morte de um civil.
Oficiais da unidade de artilharia e dos paraquedistas encontram-se na rua e os paraquedistas dizem-se enganados pelas chefias e garantem que acreditavam estar a atacar “reacionários”.
Spínola escapa de avião para Espanha e outros oficiais pedem asilo político noutras embaixadas localizadas em Lisboa.
Como consequência o regime vai radicalizar-se à esquerda nacionalizando, nomeadamente, a banca.
Ficha Técnica
- Título: Retrospectiva sobre a intentona militar de 11 de Março 1975
- Tipologia: Reportagem
- Autoria: Cândido Azevedo
- Produção: RTP
- Ano: 1995