Dis-moi dix mots
Arabesque
Algumas palavras têm a sorte de nascer sob uma estrela da sorte e de evocar apenas imagens positivas. Um arabesco, por exemplo, é sempre bonito.
A palavra é usada para evocar linhas leves e elegantes, e pertence principalmente à linguagem das artes decorativas. Nada de essencial. Mas é, por exemplo, um diadema de flores entrelaçadas, uma grinalda que adorna a parte superior de um móvel, um desenho acima de uma porta, em suma, uma ornamentação.
Na verdade, basta que a linha agrade ao olho que a segue. E, claro, o arabesco também está a escrever: o cheio, o solto, o belo cursivo. O termo arabesco evoca a leveza do pincel ou da caneta. Sem repetição, a linha deve ter a certeza, o movimento do punho flexível. Este arabesco está intimamente associado à destreza silenciosa. Sabe-se que se está na curva, na sinuosa, evita-se a rectilínea, a linha quebrada. Nada está mais longe deste arabesco do que o dente de serra. Hoje, fora do vocabulário técnico da arquitectura ou da caligrafia, o arabesco pode evocar a mobilidade da nuvem ou o jacto de água que murmura e quebra.
Quando ouvimos a palavra, percebemos que ela evoca as civilizações árabes, conhecidas na época da Renascença, no final do século XVI, quando ela apareceu em francês. Mas pedimo-lo emprestado ao italiano e chega-nos com um perfume de exotismo refinado. Hoje, está ligada a outras formas de expressão sem perder nenhuma da sua graça arejada. É utilizado no mundo da dança para movimentos coreográficos e na música para um fraseado que flutua no ar. Os “Arabesques” de Claude Debussy no início do século XX são um magnífico exemplo desta voluptuosidade.
“Dis-moi dix mots” é uma série francesa, cedida ao RTP Ensina por Réseau Canopé, que dá a conhecer melhor o vocabulário do francês. Uma ajuda do Ensina para quem estuda ou quer aprender esta língua.
Temas
Ficha Técnica
- Título: Arabesque - arabesco
- Área Pedagógica: Francês
- Tipologia: Rubrica
- Autoria: Réseau Canopé
- Ano: 2017