Memórias da Guerra Colonial

As feridas de Zeferino Andrade

Zeferino Andrade, nascido em Angola, fez parte do meio milhão de soldados africanos que integraram as forças armadas portuguesas durante a Guerra Colonial. Um ferimento recebido em combate continua, décadas depois, a dar-lhe problemas, enquanto continua a lutar para obter uma pensão.

Nascido em 1951 em Salazar, atualmente Cuanza Norte (Angola), Zeferino Andrade foi um dos muitos soldados africanos que integraram as forças armadas portuguesas durante a Guerra Colonial entre 1961 e 1974. Durante uma deslocação a viatura em que seguia acionou uma mina que o atirou ao solo. Bateu com a cabeça e ficou inconsciente. Do traumatismo craniano, com perda de conhecimento, resultou uma dor de cabeça crónica e debilidade numa das pernas.

No pós-guerra ficou em Angola, onde lhe chamavam escravo e traidor, uma experiência que foi sentida por outros africanos que, como ele, lutaram ao lado dos portugueses durante o conflito. Sem apoio médico, veio para Portugal em 2002, onde apresentou o seu caso para ser considerado como deficiente das Forças Armadas.

Consultas no Hospital Militar de Lisboa ajudam a melhorar as dores e, após várias juntas médicas militares, consegue que lhe seja atribuída vinte por cento de incapacidade.  Mesmo assim, não lhe foi atribuído qualquer apoio por parte da Caixa Geral de Aposentações.

Nesta reportagem pode acompanhar declarações de Zeferino de Andrade, ex-militar na Guerra Colonial; Fátima Cruz Rodrigues, Socióloga, e  Francisco Janeiro, da Associação de Deficientes das Forças Armadas.

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Ficha Técnica

  • Título: Memórias da Guerra: Zeferino Andrade
  • Tipologia: Reportagem
  • Autoria: Ana Luisa Rodrigues
  • Produção: RTP
  • Ano: 2021