Volta ao Mundo em Cem Livros
“Contos de Cantuária”: a Inglaterra medieval no poema de Geoffrey Chaucer
O livro mais famoso do autor inglês mistura vozes de peregrinos. São eles os contadores destas histórias, reais ou imaginadas, partilhadas durante uma viagem a Cantuária. Geoffrey Chaucer pensou um poema gigantesco de 120 cantos, escreveu muito menos. Mas 17 mil versos bastaram para retratar a sociedade do seu tempo e construir uma obra-prima. Apresentada agora, neste programa literário.
Estamos no século XIV, o tempo do autor, fundador da poesia inglesa. Geoffrey Chaucer decide escrever um poema, um extenso poema sobre a Inglaterra medieval. A ideia começa num grupo de peregrinos que vai visitar o túmulo do santo da sua devoção. No caminho, cada um conta um conto. Os temas são variados, mais ou menos triviais, mais ou menos consensuais. Relatam-se vícios e virtudes, farsas e tragédias, casamentos e adultérios, com uma linguagem popular, pícara e picante. São estas histórias do quotidiano, urdidas com ironia e humor, onde participam todos os estratos sociais, que dão a dimensão humana a um mundo que existiu há cerca de 700 anos.
Geoffrey Chaucer nasceu em Londres. Foi diplomata, escrivão do rei, astrónomo, entre muitas outras coisas. E também um viajante. Em Itália deixou-se influenciar por Petrarca, Dante e Boccaccio. As cem novelas imaginadas por este poeta italiano no “Decameron” inspiraram o plano e o modelo do autor inglês. Apesar das reconhecidas semelhanças, os “Contos de Cantuária” têm menos mulheres a contar histórias. Mas, salienta a jornalista Alexandra Lucas Coelho, duas das mais fortes e discutidas de todo o livro têm vozes femininas. São elas “A Mulher de Bath” e “A Prioresa”, a pedirem uma análise mais detalhada.
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Ficha Técnica
- Título: Volta ao Mundo em Cem Livros
- Tipologia: Programa Literário
- Autoria: Alexandra Lucas Coelho
- Produção: RTP
- Ano: 2024