Do desenho à escultura com Jorge Martins
Em 1995, o pintor foi desafiado pelo galerista Luís Serpa a fazer uma exposição de escultura. Desafio aceite, Jorge Martins pôs mãos à obra e deu corpo e espaço às formas que desenha e pinta. Usou quase uma tonelada de carvão para criar "Sleeping Shelter".
Não é escultura que costuma fazer e, no entanto, explora a volumetria das formas tanto nos desenhos como nas pinturas que produz há mais de 50 anos
No início Jorge Martins não inventava, limitava-se a copiar desenhos de Rembrandt encontrados num livro lá de casa. A seguir, vieram os cursos de Arquitetura e de Belas Artes, os estúdios de Paris e de Nova Iorque. Experiências que se revelaram fundamentais para observar, pensar e dominar a mão.
A paixão de inventar formas contamina toda a sua obra. Na pintura, no desenho e na escultura, o autor trabalha as relações compositivas do espaço, a linguagem ficcionada ou não da narrativa, a corporização da luz que tudo revela ou esconde.
A reportagem que aqui trazemos serve para mostrar um desses raros momentos da criação artística. Em movimentos quase ordenados, Jorge Martins despeja sacos de carvão, espalha a matéria negra como se fosse terra onde vai depositar objetos saídos das suas pinturas. Chama-lhes “peças de volume puro”. Mas as esculturas não estão sozinhas nesta exposição de 1995: o desenho impõe-se na “vertigem das paredes vazias”. Jorge Martins explica tudo.
Ficha Técnica
- Título: Magazine de Artes Visuais
- Tipologia: Extrato de Programa Cultural
- Autoria: Isabel Colaço e Alexandre Melo
- Produção: Produção Zebra para a RTP
- Ano: 1995