Outras Histórias
Entre o lápis da beleza e do rigor
As imagens de plantas e animais que parecem saídas de contos de fadas são do mais fiel que se pode ver à luz da ciência. É dessa fórmula mágica que se faz a ilustração da natureza. Reconhecido mundialmente pelo trabalho que desenvolve, Fernando Correia, o biólogo ilustrador, elabora no detalhe do belo a mais pura realidade.
Criou o Curso de Ilustração Científica na Universidade de Aveiro e é lá que recebe alunos de todo o mundo atraídos pela qualidade do trabalho ali desenvolvido. Fernando Correia colabora regularmente em revistas da especialidade e tem vários livros publicados. A ilustração científica é a natureza rigorosa em formato visual e serve áreas tão diversas como a biologia, a medicina ou a arqueologia. É por isso procurada tanto por médicos como, por exemplo, por estudantes de belas artes.
Considera-se ter nascido na época renascentista como forma de registo dos desenvolvimentos científicos, tendo como expoente máximo Leonardo da Vinci, que juntou de forma inigualável a arte e a ciência. Os mais ínfimos pormenores de cada espécie retratada são a primeira das exigências, já que a documentação é o principal objetivo da ciência visual. O ideal é conseguir equilibrar a beleza do desenho com a exatidão científica.
Com a era digital surgiu toda uma nova forma de desenhar o mundo científico, mas a ilustração da natureza mantém, a par das técnicas inovadoras, as aguarelas, o grafite e a tinta-da-china usuais neste tipo de arte. Mais do que os meios empregues, é o rigor que continua a ditar a qualidade do trabalho que define a ciência visual.