Está aí a quarta revolução da produção
A implantação da quarta revolução dos meios de produção poderá ter acelerado devido ao surgimento da pandemia de Covid-19, acredita o Olivier Scalabre. Este economista tem vindo a referir a necessidade de uma mudança para assegurar a continuação do crescimento económico das sociedades, especialmente as ocidentais, onde se tem sentido uma recessão nas últimas décadas.
A primeira grande revolução da produção aconteceu a meio do século XIX, com o surgimento da máquina a vapor e a revolução industrial. A segunda foi a sistematização da produção em massa no início do século XX, e a terceira a automação das fábricas, nos anos 70 do século passado. Todas estas revoluções resultaram em grandes aumentos da produção e importantes crescimentos económicos.
Olivier Scalabre acredita que está aí a quarta revolução da produção que, graças à tecnologia, vai aproximar a manufactura dos produtos dos mercados onde se encontram os consumidores, uma tendência que já existia antes da pandemia e que acelerou. As fábricas serão mais pequenas e mais flexíveis, com capacidade para responder a pedidos específicas dos clientes. A tecnologia permitirá realizar mudanças nos produtos de modo a que estes se adaptem às suas necessidades individuais ou pontuais.
Scalabre dá como o exemplo o facto de, durante a pandemia, as fábricas terem mostrado esta capacidade de adaptação. As empresas de têxteis converteram a produção, passando a entregar máscaras, enquanto a indústria automóvel se transmudou, fornecendo ventiladores. Tudo aconteceu graças à tecnologia que permite que a mão de obra, mesmo não especializada, se consiga adaptar com alguma rapidez.
Por outro lado não é possível ou sustentável continuar a ter produtos com componentes que vêm do mundo inteiro. A cadeia não é sustentável em termos ambientais e, durante a crise pandémica, foi possível perceber que este modelo não era o mais eficaz, porque quando um dos países da cadeia entra em ruptura o mesmo acontece com o produto.
