Francisco, o Papa que Veio do Sul

A história do Papa Francisco conta-se a partir de Buenos Aires, onde nasceu, em 1936, e viveu boa parte da vida. Os conterrâneos não poupam elogios e notas de orgulho em relação ao Padre Jorge. O convívio entre os necessitados e a inspiração de São Francisco de Assis acabariam por o moldar na defesa permanente dos mais oprimidos. Deu voz à vítimas de prostituição, de escravatura e do tráfico de droga. Denunciou os abusos e a corrupção nos tempos da ditadura.

A sua grande paixão terrena é o futebol, expressa no carinho especial pelo Clube San Lorenzo de Almagro, pelo qual torce desde miúdo. Além do sacerdócio, foi professor de psicologia e de literatura. Quem com ele privou, realça sobretudo a sua humildade e a capacidade de diálogo. Chegou a viver num bairro de barracas para defender padres ameaçados por traficantes e andava sempre de transportes públicos. Um despojamento em relação aos bens materiais que manteve no Vaticano. A luta contra a pobreza e as desigualdades económicas e sociais são, de resto, o centro do seu discurso.

Pôs as favelas no coração da Igreja de Buenos Aires

A 13 de março de 2013, o cardeal Bergoglio é eleito líder da igreja católica apostólica romana. O primeiro Papa fora da Europa em todo um milénio. O primeiro latino-americano e o primeiro jesuíta. Surgiu à varanda do Palácio Apostólico do Vaticano já de branco, já Francisco, sorridente e relevando desde logo grande sentido de proximidade. A primeira viagem oficial que faz é a Lampedusa, para ir ao encontro de migrantes que cruzaram o Mediterrâneo.

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