Galvão de Melo, o general sem papas na língua
Carlos Galvão de Melo (1921-2008) foi oficial da Força Aérea e integrou, em 1974, a Junta de Salvação Nacional. Entraria na Assembleia Constituinte pela mão do CDS, como independente, e teria duras disputas com os partidos mais à esquerda.
Entrou para a Academia Militar durante a II Guerra Mundial, acreditando que mais tarde ou mais cedo o país seria envolvido no conflito. No final do curso integrou a aeronáutica militar, passando mais tarde para a Força Aérea Portuguesa (FAP), quando esta foi criada nos anos 50 do século XX.
Nos anos 60, após várias comissões nas ex-colónias, decide passar à reserva por não concordar com a forma como o regime utilizava a FAP.
Na noite de 25 de abril de 1974 torna-se um dos elementos da Junta de Salvação Nacional, cargo que abandonaria em outubro de 1975, quando aceitou integrar, como independente, a lista do CDS à Assembleia Constituinte. Nas eleições para a Assembleia da República, em 1976, voltaria a surgir numa lista daquele partido.
Ficaram célebres as suas disputas com oradores do PCP e da UDP, os partidos mais à esquerda do hemiciclo. As suas tiradas parlamentares – que o levariam a ficar conhecido como o “general sem papas na língua” – acabariam também por ditar também a sua cisão com o CDS.
Esta reportagem-biografia foi feita em 1980, quando Galvão de Melo concorreu à presidência da República, apoiado pelo CDS. A eleição seria ganha por Ramalho Eanes.
Ficha Técnica
- Título: Biografia de Galvão de Melo
- Tipologia: Reportagem
- Produção: RTP
- Ano: 1980