José Malhoa, pintor de costumes e tradições
Cores fortes, muita luz…eis mestre Malhoa em ação! Pintor romanesco do país rural e real, intérprete de costumes populares, José Malhoa (1855-1933) é assumidamente um anti-moderno, uma figura de referência da pintura portuguesa.
Pensou desistir de ser pintor, ficou cerca de três anos a trabalhar como caixeiro na loja do irmão mas um quadro exposto em Madrid fê-lo acreditar de novo no oficio. E assim José, o rapaz das Caldas da Rainha, há-de ser Mestre Malhoa, pioneiro do naturalismo em Portugal.
Dificil seria pois abandonar uma vocação tão evidente que aos 12 anos o faz ingressar na Real Academia de Belas- Artes, com aproveitamento e distinção. Discípulo de Tomás da Anunciação e Miguel Ângelo Lupi, Malhoa sonha depois estudar em Paris. Por duas vezes concorre a uma bolsa de estudo e por duas vezes o concurso é anulado. Aqui desespera, entristece e muda-se para trás do balcão da tal loja de confeções à rua Nova do Almada, em Lisboa. Continua a pintar, sim ,mas nas horas vagas. Um dos quadros dessa altura “Seara Invadida”, faz sucesso numa exposição na capital espanhola e devolve-o por inteiro à pintura.
Considerado o mais português dos pintores, Mestre Malhoa retrata nos seus quadros o país rural e real, costumes e tradições das gentes simples do povo, tal qual as via e sentia. Este apego à terra que pinta em paisagens transbordantes de luz e cor, é também a celebração das suas origens humildes de filho de lavradores. O “Fado”, “A Procissão” ou “As Vindimas” são alguns exemplos da sua importante e vasta obra.
Malhoa depressa fica famoso. Em 1880 começa a receber encomendas. Na Exposição Universal de Paris, os seus trabalhos merecem medalha de prata. Prémios, distinções e galardões internacionais que acumula ao longa carreira. Em 1928 é aceite como membro da Academia Nacional de Belas-Artes e faz a primeira exposição retrospetiva.
Malhoa é também autor de importantes composições históricas como bem ilustra “O Último Interrogatório do Marquês de Pombal”, é ainda o pintor de retratos a óleo, carvão e pastel de importantes personalidade portuguesas que executa seguindo a corrente Luminista.
“O Retábulo da Nossa Senhora da Conceição” foi a última obra. Meses antes da sua morte, em 1933, é inaugurado o museu José Malhoa, nas Caldas da Rainha, terra onde o “pintor do povo” nascera há 78 anos.
Ficha Técnica
- Título: Grandes Quadros Portugueses
- Tipologia: Extrato de Programa
- Produção: Companhia de Ideias
- Ano: 2012