Luis Vicente, memórias do fim da guerra colonial

O embarque para Moçambique aconteceu a19 de março de 1974, três dias após a malograda tentativa de golpe de estado que saiu das Caldas da Rainha. Talvez por isso, a movimentação de Luís Vicente e da sua unidade, desde Portalegre até ao Aeroporto em Lisboa, foi feito sob forte escolta policial e militar.

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Em Moçambique, ficaria colocado na zona de Mueda, local onde ouviram os primeiros rumores sobre o golpe de 25 de abril. Só dias mais tarde tiveram a confirmação dos acontecimentos.

Apesar de ter também ficado no ar a ideia de que guerra iria terminar, os ataques dos grupos independentistas não esmoreceram e acabaram por aumentar nas semanas e meses seguintes, até setembro, quando a situação acalmou. Nessa altura, a unidade de Luís Vicente trocou Mueda por Porto Amélia, atual Pemba, onde os últimos meses de serviço foram vividos praticamente como umas férias.

Sem televisão, as notícias da revolução na metrópole chegavam pelos jornais – muitos vezes enviados pelas famílias em Portugal – ou via cinema onde, antes dos filmes, as sessões eram preenchidas com noticiários com as últimas novidades sobre o que se passava em Lisboa.

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Para Luís Vicente, o 25 de abril foi uma bom momento, que lhe cortou o tempo de tropa e, especialmente, de guerra. Para aqueles que viviam e tinham bens nas colónias, a situação foi muito mais complicada, abrindo feridas que ainda hoje não estão totalmente saradas.

Nesta reportagem, pode ouvir os depoimentos de Luís Vicente, ex-combatente guerra colonial; Carlos Matos Gomes, autor do livro “Guerra Colonial”; Pedro Aires Oliveira, Historiador do Instituto História Contemporânea; Manuel Lopes Dias, Presidente da Associação de Deficientes das Forças Armadas e Fátima Cruz Rodrigues, Socióloga.

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