A morte do profeta Maomé

Muhammad, que em português é geralmente conhecido pela forma Maomé, foi um mercador de Meca que viveu no século VII e o fundador do islão. A sua importância na história da Humanidade é, portanto, enorme.

Como é normal ocorrer com personagens com esta dimensão e importância, existe um Maomé histórico e um Maomé Profeta, cuja vida e ações contêm um profundo significado religioso para os muçulmanos. Para estes, Maomé foi o último dos Profetas, a quem Deus confiou a missão de completar as revelações contidas no judaísmo e cristianismo. Para os não-crentes, tratou-se de um místico que se tornou um líder político e que, em nome de uma nova religião, unificou as tribos da Península Arábica e lançou-se à conquista da bacia do Mediterrâneo. Morreu a 8 de junho de 632, em Medina, depois de uma última peregrinação a Meca e após ter adoecido com febre e dores intensas. Segundo a tradição islâmica, foi enterrado na própria casa onde morreu, onde posteriormente foi erguido um mausoléu e uma cúpula verde, que existe ainda hoje.

 

  • A sua vida é indissociável da religião que fundou?

Pouco se conhece da biografia de Maomé antes do episódio místico que o transformou num líder religioso. Nasceu por volta do ano 570, no seio de uma família de mercadores de Meca, sabe-se que casou por volta dos 25 anos de idade e que viajou pelo Médio Oriente, nomeadamente pela Síria, onde terá contactado com monges cristãos. No ano 610, segundo a tradição islâmica, Maomé foi visitado pelo arcanjo Gabriel, que lhe revelou a sua missão e os primeiros versículos do Alcorão.

Inspirado pela experiência mística, Maomé assumiu-se como profeta e foi seguido por um pequeno núcleo de fiéis, que foram perseguidos pelas autoridades de Meca e que o obrigaram a fugir para Medina. Esta fuga, que ocorreu em 622, marca o início do calendário muçulmano e a sua transformação em líder político. Até ao fim da sua vida, Maomé expandiu a nova fé revelada e, após um longo período de guerra e de conflito com os seus inimigos, conseguiu unificar as tribos da Península Arábica sob a bandeira da nova religião.

 

  • Que aconteceu após a sua morte?

Uma vez que os filhos de Maomé não sobreviveram até à idade adulta e o Profeta não designou um sucessor, a sua morte foi motivo de graves divisões sobre quem deveria assumir a liderança da comunidade de fiéis. A maior parte dos seus seguidores aceitaram a eleição de Abu Bakr, um dos seus companheiros, como sucessor, que se tornou então o primeiro califa. Mas houve quem não aceitasse esta eleição e considerasse que o Profeta tinha designado o seu primo Ali para lhe suceder. Esta discórdia esteve na divisão fundamental entre sunitas e xiitas, os dois principais ramos do Islão, que permanece até aos nossos dias.

Surgiram outras divisões nas décadas seguintes, que fragmentaram a nova religião em grupos e seitas. Apesar das divisões e da luta fratricida que ocorreu ao longo dos séculos seguintes, o islão expandiu-se rapidamente por todo o Médio Oriente, acabando por derrubar o império persa e, mais tarde, o império bizantino. Posteriormente, entrou em choque com a Europa cristã e com a Índia hindu. Hoje, o islão é uma das religiões mais difundidas em todo o mundo, calculando-se que seja seguida por cerca de um quinto de toda a população mundial.

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Ficha Técnica

  • Título: Dias da História - Morte do profeta Maomé
  • Tipologia: Programa
  • Autoria: Paulo Sousa Pinto
  • Produção: Antena 2
  • Ano: 2017
  • maomé : Le prophète de l'islam Mahomet, illustration d'un manuscript ottoman du 17e siècle