“Nada Fica de Nada. Nada Somos”, de Ricardo Reis

Neste encontro com a poesia trazemos um poema de Ricardo Reis, o heterónimo "mais racional" de Fernando Pessoa. Começa assim: "Nada fica de nada. Nada somos." e é lido pelo músico Rui Reininho. Para ver, ouvir e ler aqui.

Nada fica de nada. Nada somos.
Um pouco ao sol e ao ar nos atrasamos
Da irrespirável treva que nos pese
Da humilde terra imposta,
Cadáveres adiados que procriam.
Leis feitas, estátuas altas, odes findas —
Tudo tem cova sua.  Se nós, carnes
A que um íntimo sol dá sangue, temos
Poente, porque não elas?
Somos contos contando contos, nada.

Ricardo Reis
in Poesia

 

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Temas

Ficha Técnica

  • Título: "Voz"
  • Tipologia: Programa de Poesia
  • Autoria: Produções Fictícias
  • Produção: até ao Fim do Mundo
  • Ano: 2005