Nas ilhas de Cabo Verde
A descoberta da costa africana constitui o objetivo principal das viagens portuguesas do início do século XV. A partir de 1460 são conhecidas e exploradas dez ilhas. Estava achado Cabo Verde, um arquipélago vital nas rotas comerciais da Índia e do Brasil.
As praças do norte de África não deram acesso às rotas do ouro que tanto os portugueses procuravam. O caminho continuava a fazer-se por mar para sul, ao encontro do lendário rio onde existia em abundância o precioso metal. Antes disso iriam achar um arquipélago e chamar-lhe Cabo Verde.
Nas viagens comandadas pelos italianos Alvise Cadamosto e António da Noli e pelo português Diogo Gomes, são descobertas e exploradas várias ilhas, a começar pela ilha do Sal, que aparecia já assinalada nos mapas e que manteve por isso o nome original. As outras vão sendo nomeadas de acordo com o santo do dia em que são achadas: Santiago, Santo Antão, S. Vicente, S. Nicolau, Santa Luzia, S. Cristóvão (mais tarde Boavista), S. Filipe (depois mudado para Fogo devido ao vulcão).
A posição geográfica de Cabo Verde confere uma importância especial ao arquipélago. Próximo da costa ocidental africana, situado entre três continentes, vai ser ponto de apoio da navegação nas descobertas e no comércio. Por isso é preciso levar rapidamente gentes para ali viver. O povoamento começa por ser feito com colonos genoveses, portugueses do Alentejo e do Algarve e negros capturados na costa da Guiné, os únicos que não estranharam o clima de chuvas escassas e irregulares. As ilhas, todas de origem vulcânica, vão também funcionar como entreposto do tráfico de escravos para as plantações na América. Vai ser assim até ao século XVIII, altura em que o comércio e o tráfico de escravos entraram em decadência.
Ficha Técnica
- Título: O Mar e a Terra - Arquipélago da Esperança
- Tipologia: Extrato de documentário
- Produção: RTP
- Ano: 1994
- Realização: António Hipólito