Para Angola, rapidamente e em força

Na noite de 13 de abril de 1961, o discurso de António de Oliveira Salazar foi ouvido primeiro na rádio e depois na televisão. Iam seguir tropas para Angola, "rapidamente e em força", como resposta aos ataques e massacres que tinham acontecido naquela província ultramarina cerca de um mês antes.

Como em 1961 pouca gente tinha televisão, foi na rádio que o discurso se tornou público pela primeira vez, por volta das 21 horas de 13 de abril de 1961. Uma hora e meia depois, foi também transmitido no pequeno ecrã. O presidente do Conselho, Oliveira Salazar, anunciou não só o envio de tropas para Angola, como também uma remodelação do governo na qual passava a assumir a pasta da defesa, para além da presidência do Conselho.

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A remodelação não aconteceu apenas devido aos acontecimentos em Angola. Tinha sido descoberta uma tentativa de golpe de estado – que ficou conhecido por “Abrilada” – liderada por Botelho Moniz, titular do Ministério da Defesa, o que forçou de parte destas mudanças.

Em Luanda, as tropas foram recebidas por uma multidão, mas a resposta aos ataques já tinha começado. Várias ações violentas lideradas por colonos foram desencadeadas contra populações locais.

Em  termos de balanço, o envio destas tropas não serviu para enfraquecer os movimentos independentistas que já estavam instalados em Angola. Três anos depois, movimentos semelhantes na Guiné Bissau e em Moçambique fariam a guerra alastrar às restantes colónias do país.

Nesta reportagem, podemos ouvir as declarações de Carlos Matos Gomes, autor do livro “Guerra Colonial”; de Pedro Aires Oliveira, presidente do Instituto de História Contemporânea e de Bruno Sena Martins, do Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra.

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Ficha Técnica

  • Título: Memórias da Guerra Colonial
  • Tipologia: Reportagem
  • Autoria: Ana Luísa Rodrigues
  • Produção: RTP
  • Ano: 2024