Ver o que nenhuma luz vê
Os nossos olhos permitem-nos apreender o mundo à nossa volta, percepcioná-lo num olhar mais ou menos rápido e atento. Mas como ver o que é invisível? Como olhar e ver realmente corpos tão pequenos que não podem ser vistos com luz visível?
Podemos fascinar-nos com a ordem de grandeza dos Himalaias e também podemos tentar fazer o exercício de imaginar algo tão pequeno que é impossível ver, mesmo ao microscópio. Se reduzimos a átomos aquilo que já nos parece suficientemente pequeno para que não possa ser visto, o que dizer daquilo que está dentro do átomo e que ainda é mais pequeno? Existirá mesmo?
Desde a sua invenção, dos tempos do renascimento, os microscópios têm vindo a evoluir e a dar-nos novos mundos de conhecimento em áreas como a biologia, pesquisa biomédica, diagnósticos médicos ou materiais científicos. Os microscópios ópticos podem ampliar os objectos até mil vezes , revelando detalhes impossíveis ao olho humano. Mas já estamos na era digital dos microscópios e já os há que, usando electrões, nos permitem ver o que no tempo de Robert Hooke e Antoni van Leeuwenhoek seria inimaginável.
Contudo, a questão permanece: vamos alguma vez conseguir ver um electrão? E como se vê algo que, sendo tão pequeno, definitivamente não corresponde a nenhuma forma do que nos habituámos a ver, mas às características que fazem com que saibamos que existe?