Vitorino Nemésio, o ilhéu

Intelectual açoriano, começou por ser um aluno sofrível que se destacou na poesia. Autor do romance 'Mau Tempo no Canal', é um dos grandes escritores portugueses do século XX. Apresentou, na RTP, o popular programa 'Se Bem me Lembro' e marcou uma geração.

Vitorino Nemésio Mendes Pinheiro da Silva foi poeta, romancista e professor da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa.

Nascido na Praia da Vitória em 1901, seguiu para a Horta em 1918. Estava-se no final da I Guerra Mundial, e a Horta possuía um intenso comércio marítimo e uma impressionante animação noturna, uma vez que se constituía em porto de escala obrigatória, local de reabastecimento de frotas e de repouso de marinheiros. O ambiente cosmopolita da cidade contribuiu, decisivamente, para que Nemésio viesse, mais tarde, a escrever Mau Tempo no Canal, trabalhada desde 1939 e publicada em 1944, cuja ação decorre nas quatro principais ilhas do grupo central açoriano: Faial, Pico, São Jorge e Terceira.

“Mau Tempo no Canal”, de Vitorino Nemésio
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Antes disso, em 1930, transferiu-se para a Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa onde concluiu o curso de Filologia Românica com elevadas classificações começando a ensinar Literatura Italiana e, mais tarde, Literatura Espanhola. Em 1934 doutorou-se em Letras pela Universidade de Lisboa com a tese A Mocidade de Herculano até à Volta do Exílio. Entre 1937 e 1939 lecionou na Vrije Universiteit Brussel da Bélgica e em 1958 lecionou no Brasil.

Foi autor e apresentador do popular programa de televisão Se bem me lembro e dirigiu ainda o jornal O Dia.

Vitorino Nemésio faleceu a 20 de fevereiro de 1978, em Lisboa, no Hospital da CUF, e foi sepultado no cemitério de Santo António dos Olivais, em Coimbra, a seu pedido, depois de os sinos terem tocado o Aleluia, em vez do dobre a finados.

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