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Evolução divergente e evolução convergente

Evolução divergente e evolução convergente

Muitos estudos e observações, realizados a partir do início do século XIX, apoiam a ideia de que os seres vivos evoluíram, ao longo do tempo, desde os mais simples até aos mais complexos, de uma forma lenta e gradual – Evolucionismo. Entre os argumentos a favor destas ideias, um dos mais importante é, talvez, o da Anatomia Comparada que se baseia no estudo comparado das formas e estruturas dos organismos de modo a estabelecer possíveis relações de parentesco entre elas.

Seres vivos que, aparentemente, são diferentes podem apresentar semelhanças anatómicas que podem sugerir a existência de um ancestral comum, com um plano estrutural idêntico aos seus ascendentes. A Anatomia Comparada, ao fornecer provas que corroboram das ideias evolucionistas, revela a existência de órgãos homólogos e de órgãos análogos. 

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Os órgãos homólogos são estruturas com o mesmo plano de organização interna e de desenvolvimento embrionário e, por isso, com um ancestral comum. Contudo, possuem função e forma diferentes. Ao longo do tempo, terão sido sujeitos a pressões seletivas (condições ambientais) diferentes, sofrendo, deste modo uma evolução divergente.  

Os órgãos análogos são estruturas que não apresentam qualquer organização interna semelhante, não tendo existido, por isso, qualquer ancestral comum. Neste caso, e ao contrário dos órgãos homólogos, a forma e a função são semelhantes. Ao longo do tempo, foram sujeitos a pressões seletivas iguais, tendo sofrido, por isso, uma evolução convergente. 

Como exemplos de órgãos homólogos pode referir-se os seguintes: os membros anteriores do ser humano, gato, baleia e morcego; os vários tipos de corações dos vertebrados e as variedades de caules das plantas (bolbos, tubérculos e rizomas). Os membros anteriores do morcego e as asas dos insetos, assim como as asas das aves e as asas da borboleta são exemplos de órgãos análogos. 

Também podem ser consideradas como argumentos anatómicos a favor do Evolucionismo os denominados órgãos vestigiais. São estruturas atrofiadas, sem função evidente, que terão resultado da regressão de estruturas bem desenvolvidas no passado e que, atualmente, não têm significado biológico aparente em certos seres vivos. Os ossos das patas nas cobras (pitão), as asas das aves corredoras (quivi, avestruz), o apêndice, os dentes caninos e os músculos auriculares das orelhas (no ser humano) são exemplos de estruturas vestigiais. 

Para além dos argumentos da Anatomia Comparada, há um conjunto de muitas outras evidências a favor do Evolucionismo, nomeadamente oriundas da Paleontologia, Bioquímica, Citologia, Embriologia, Biogeografia, Genética. 

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Em resumo:

  • A Anatomia Comparada tem proporcionado fortes argumentos a favor das ideias evolucionistas.
  • Os órgãos homólogos estão relacionados com ancestrais comuns que sofreram uma evolução divergente.
  • Os órgãos análogos são estruturas que, não obstante apresentarem funções semelhantes, resultam de ancestrais diferentes sujeitos a uma evolução convergente.
  • Os órgãos vestigiais são estruturas que parecem resultar de órgãos que, nos ancestrais, eram funcionais.

Temas

Ficha Técnica

  • Título: Evolução divergente e evolução convergente
  • Área Pedagógica: Biologia
  • Tipologia: Explicador
  • Autoria: Associação Portuguesa de Professores de Biologia e Geologia - APPBG
  • Ano: 2020
  • Imagem: Foto de Cup of Couple no Pexels