Arte Rupestre

Antes da escrita, o homem fez Arte. As primeiras manifestações surgiram no Paleolítico Superior, entre 35 000 e 30 000 a.C.. São obras de grande sensibilidade plástica, muitas vezes associadas a um ritual sagrado e mágico, ainda hoje difíceis de decifrar. No vale do Côa encontra-se a maior coleção de desenhos e figuras deste período. Ao ar livre, os originais, no museu guardam-se as réplicas que nos servem de guia nesta história que vem da pré-história.

Pinturas, gravuras, baixos-relevos, a produção artística na pré-história é intensa e ficou para sempre gravada na pedra. Logo no Paleolítico o homem sente necessidade de fazer um registo do mundo que o rodeava. Ainda sem dominar a escrita, encontra outras ferramentas para comunicar: as superfícies rochosas servem de tela; ossos, penas e as próprias mãos de pincéis e, a tinta vai buscá-la ao sangue dos animais, a folhas, a argilas e até a excrementos.

Muitas destas primeiras manifestações sobrevivem aos tempos no interior de grutas e cavernas, em dólmenes e antas ou em simples rochas ao ar livre. São sobretudo representações de grandes animais a serem dominados, que os caçadores-pintores, observadores atentos da natureza, procuram reproduzir com o máximo realismo.

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As figuras humanas já não inspiram tanto a veia artística do Homo sapiens sapiens. As imagens mais antigas e mais conhecidas são as “vénus aurinhacenses”, pequenas estatuetas femininas de ancas e coxas desproporcionadas, muito provavelmente consagradas a cultos da fecundidade. Impressionam também as figuras geométricas e outros sinais associados a conceitos religiosos e mágicos cujo significado permanece um mistério.

Espalhada pelos cinco continentes e num estilo constante, podemos apreciar exemplos da arte rupestre nas grutas de Altamira em Espanha, Lascaux em França, na gruta de Rodésia em África e, no Parque Arqueológico do Vale do Côa, Portugal. Aqui foi construído um museu onde é contada a história desta arte com 20 mil anos. No excerto do programa Câmara Clara que mostramos, a jornalista Paula Moura Pinheiro conversa com o arqueólogo António Martinho Baptista que descreve ao pormenor algumas das obras-primas em exposição.

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Ficha Técnica

  • Título: Câmara Clara - "Os Tesouros do Côa"
  • Tipologia: Extrato de Programa
  • Autoria: Paula Moura Pinheiro
  • Produção: Mentes de Contacto, lda
  • Ano: 2011