Cruz manuelina é estrela da Sé Catedral do Funchal

Magnífica e única, esta cruz processional em prata dourada, encomenda de D. Manuel I, tem a exuberância do estilo influenciado pela grandeza da expansão marítima. Oferecida à Sé Catedral do Funchal, ali chegou em 1528, sete anos depois da morte do rei.

No reinado de D. Manuel (1495-1521), chegaram os portugueses à Índia e ao Brasil, feitos que o monarca quis celebrar e imortalizar em obras de arquitetura, pintura, escultura e ourivesaria. Sem olhar a gastos, porque as riquezas dos Descobrimentos assim o permitiam, muitas obras monumentais foram então começadas, como o Mosteiro dos Jerónimos e a Torre de Belém. Foi neste período que se desenvolveu com originalidade o gótico final português ou estilo manuelino, caracterizado por uma decoração excessiva, sobretudo de elementos naturalistas e vegetalistas.

Peça exemplar da ourivesaria manuelina, talvez uma das primeiras a ser executada, é a cruz processional quinhentista, que terá sido encomendada a Gil Vicente, o autor de outra peça grandiosa, a Custódia de Belém. A cruz, que tantas vezes saiu em procissão, foi oferecida à Sé Catedral da cidade do Funchal, na Madeira, monumento construído no último quartel do século XV, classificado como Monumento Nacional desde 1910. No seu interior destaca-se outra obra-prima do manuelino, o retábulo da Capela-Mor.

É por aqui, pela Sé, que começa a reportagem que nos vai levar ao Museu de Arte Sacra, onde estão importantes coleções de pintura flamenga, escultura religiosa e ourivesaria, e onde está também em exposição esta cruz única e magnífica, em prata dourada, cujos pormenores estão descritos com detalhe no sítio do museu .

 

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Ficha Técnica

  • Título: Um Olhar Interior - Cruz Processional da Sé
  • Tipologia: Documentário
  • Autoria: Francisco Clode de Sousa
  • Produção: RTP Madeira
  • Ano: 1997